27 março, 2010

verónika

Sensação estranha essa de morrer, ou pelo menos de estar no caminho dela, retratei-me em meio livro que lí e em todo o filme 'Veronika decide morrer', os mesmos pensamentos, as mesmas acções, excepto a tentativa suicída claro, foi bom pensar que há pensamentos homólogos em pessoas completamente diferentes, ou terão sido do autor, que não querendo esconder as suas questões existenciais apontou tudo para uma jovem que o retratava? Bem, uma coisa é certa, o mundo vai continuar de pernas para o ar, a preocupação com o futuro e por aí fora um vasto leque de pensamentos indecifráveis. Isto tudo existe? Pergunto a mim mesmo. Isto tudo existe? Pergunto a ti Paulo Coelho, se isto é real, o mundo em que vivemos, para que existe a rotina? Porque se transforma a rotina em desespero? Porque se torna o desespero em tentativas de acabar com a vida? Será isto real Paulo Coelho? Será mesmo possível através de tratamento-choque mudar a vida de uma pessoa? Veronika (ou como queiras chamar ao teu 'espécie de heterónimo') mudou com esta técnica, e depois? Quando ela reparar que foi enganada, que não sofre de nada, não agora, não amanhã, daqui a meses, anos, tudo acabará por voltar ao mesmo, ela descobre que não está em risco de vida. Deu valor aos dias que passou, mas será assim tão bom viver Paulo Coelho? Será cada dia um milagre? Ou será cada dia mais um passo para o inevitável que é o fim? As minhas dúvidas continuam, se conseguires arranjar um psiquiatra com tal talento que me faça ver as coisas de outro modo, aconselha-me tal pessoa.

a procura

Dei por mim em pânico enquanto procurava por sensações, quando o pensamento trabalha de forma automática e nos deixa sem controlo, procuramos conscientemente encontrar sensações que nos levem a 'sentir', e de forma mais certa, a sentir o controlo de novo. As sensações aparecem sem serem chamadas, sem as procurarmos, de facto, procurar sensações só nos leva a um caminho, à confusão, porque quanto mais se procura o que quer que seja, menos se encontra, procurei o amor pelos meus amigos, pela minha familia, pelos lugares que amo e quanto mais esta paranóia permanecia, menos encontrava, procurei sentir aquele calafrio ao ver um video, a ouvir 'aquela' música ou a fazer simplesmente aquilo, e nada, nada aparecia. Cheguei à conclusão que tudo aparece por acaso e que apenas devemos procurar pela melhor forma de sentir e não 'o que sentir'. Sentimentos vão e voltam, as emoções aparecem, vão e voltam. Esta vida, veio para ficar, veio e só vai quando tiver que ir, até lá, limita-te a saber viver. Não procures a vida, ela encontrar-te-á a ti.

P.S. - Escrevi todo este texto à procura das palavras, não as encontrei, elas surgiram. Pensa nisso.

desabafo

Estou farto de ter paranóias com ela. De me limitar a pensar ao invés de agir. Quero estar bem com ela e fazê-la sentir que é a melhor mulher do mundo, como ela já me fez sentir o mesmo, e, preocupado com isso estrago sempre tudo. Ela diz que apenas quero alcançar o impossível e é verdade. Está chapado na realidade que é impossível alcançar o impossível, mas eu, como sempre não consigo ver o que há de realidade. Não consigo acreditar em mim, como vou acreditar nela? Quero mudar isto porque estou preso à minha mente que não quer liberdade. A caminhada para a felicidade é longa e estou a ficar sem sola no sapato.